segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Informação Geográfica Voluntária

Há uns tempos atrás assiti na OERC a uma Sessão Técnica intitulada "Potencialidades de utilização de Informação Geográfica Voluntária". Entretanto em Setembro quando perticipei nas I Jornadas Lusófonas CTIG 2014 assiti ao plenário apresentado pelo Prof. Marco Paínho “Conteúdos geográficos produzidos por utilizadores: desafios e exemplos de investigação”.

E assim o assunto Informação Geográfica Voluntária ficou na minha cabeça para ser algo a reflectir e explorar.

O que é Informação Geográfica Voluntária (IGV)?

Informação geográfica criada ou recolhida por voluntários e disponibilizada em plataformas disponiveis on-line.

Outras designações
  • Collaborative mapping
  • Collaboratively contributed geospatial information
  • Contributed Geographic Information
  • Crowdsourcing
  • Geocollaboration
  • Geographic citizen science
  • Involuntary geographic information
  • Neogeography

Tipos de IGV
  • Fotografias e descrições
  • Mapas vetoriais criados por voluntários
  • Informação sobre cobertura do solo
  • Dados ambientais
  • Informações úteis sobre percursos

Exemplos de IGV


Os mais conhecidos:
Fotos e descrições recolhidas em cada nº inteiro de latitude e longitude.
São recolhidas 4 fotos em cada ponto nas direcções N, S, E, O.
Recolha de fotos do mundo. Podem associar descrições e inserir fotografias em categorias.
Objectivo é ajudar os voluntários a partilhar as suas fotos (que podem ser de qualquer tipo). Os voluntários podem associar descrições e ìnserir fotografias em grupos temáticos
O projecto foi criado no Reino Unido com o objectivo de construir um conjunto de dados geo-espaciais de acesso livre.
Já falei deste projecto e quando a mim é o unico que é mais que IGV é um verdadeiro SIGV! Aqui temos um mapa verctorial com dados que representam o mundo real com o pormenor que se desejar.
Objectivos:
- recolha de informação localmente sobre cobertura do solo
- para ser usada para treino e validação de mapas de cobertura do solo globais (GLC-2000, MODIS e GlobCover)
- usando as imagens de alta resolução disponíveis no Google Earth


E um que achei muito interessante e que tive conhecimento por intermédio de um colega florestal.
O mapa pretende mostrar onde estão as invasoras em Portugal.
Os avistamentos são submetidos por utilizadores voluntários que, de Norte a Sul, colocam no mapa as plantas invasoras que encontraram.


Potencialidades da IGV
  • Obter informação sobre aspectos normalmente não indicados nos mapas tradicionais
  • Permite obter informação sem custos
  • A informação pode ser mais actualizada
  • A informação pode ser disponibilizada por voluntários da região, que conhecem bem os locais
  • ...

Como dizia o Dr. Marco Painho após uma das questões que lhe foi colocada, não podemos dizer que o OSM é o mapa mais actual, pois depende do que os voluntários mapearam. Mas se fizermos essa avaliação a nivel local, vão existem muitos locais em que ainda está muito por fazer, mas vão existir noutros locais (por exemplo nos locais que habitamos e que mapeámos!) em que OSM é o mapa mais actualizado que existe! Porque conseguimos mapear com fidignidade e conseguimos rapidamente actualizar após qualquer modificação. E agora deixo o desafio de cada um de nós mapear, e manter actualizada, uma pequena porção de território ( os locais que conhece bem, como a zona onde habita ou trabalha) e assim sempre que necessitarmos de IG de outro local podermos beneficiar dessas dados de uma forma livre!


Problemas e limitações da IGV
  • Diferentes níveis de qualidade e de credibilidade (dos voluntários e dos dados)
  • Os dados podem
    • Estar errados (propositadamente ou não)
    • Apresentar níveis de detalhes, exatidão e completude diferentes, em regiões diferentes
    • Apresentar inconsistências
      • Aquilo a que se chama floresta é diferente em zonas diferentes
      • Fazer a recolhida de dados com condições de acessibilidade ou atmosféricas diferentes podem ter influência sobre os dados recolhidos…
    • Ser subjectivos
      • Ex: Classificação do que se mostra numa foto


E agora a questão que fica é:
" O que se pode fazer com todo este manancial de informação geográfica?"



E sobre este tema recebi hoje a mensagem que um grupo de autores portugueses (Edgar Barreira, Gonçalo Maia, Hugo Silva, Inês Vilas Boas, Rui Nunes, Lisbeth Marques, André Sá) recebeu um prémio (CLGE Students Contest 2014, Runner-up in category "Students and Youngsters engagement") com o seguinte artigo "The role of VGI to develop the new survey in Europe". Parabéns a todos pelo bom trabalho!


2 comentários:

  1. Falta ai outro muito interessante, o wikimapia
    http://wikimapia.org/

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  2. Obrigada Liliana! Estou a preparar uma continuação a este post e vou referir esse projecto.

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